quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Meu mundo


Estás tão longe agora e eu aqui escorado no parapeito da janela numa obsessão alimentada pelo orgulho e um desejo que dói. Estou distante em pensamentos no meu mundo imaginário. Quero sossego, quero distância das pessoas, principalmente de você. Pretendo afogar-me em pequenas ilusões cotidianas. Vendo coisas que jamais existirão. Não resta-me mais nada. Quieto, observando e, as vezes, balbuciando palavras em rápidos pensamentos altos. Nesse mundo esquizofrênico tudo ocorre bem. Uma cura de preocupações. Um paraíso escondido em mim...

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Quanto mais...


Tudo que almejei eu conquistei. Minha carreira profissional depois de altos e baixos consegui sair por cima. Mando nas pessoas. Desde de muleque desejei as mulheres mais belas, mas, quase nunca, tive a chance de conquistá-las. Hoje elas lutam entre si para me terem. Sim, era um sonho que concretizei. Tenho tudo que sempre desejei. E daí? Quanto mais conquisto o que quero mais me afundo no lixo. Quanto mais mulheres aparecem, mais me sinto só. É isso? É, só, isso? Quanto mais encontro esse caminho mais perdido me sinto. Mais e mais a solidão e os negros pensamentos invadem minha mente. Quanto mais tenho mais me esvazio. Quanto mais fujo, mais o que nunca desejei me encontra. Eu me perdi em mim mesmo e aqui estou, com tudo e sem nada.

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Ah, a raiva


Ela sentiu um frio na espinha quando o viu. Não sabia dizer o que era. Então num gesto normal o cumprimentou como nos velhos tempos. A medida que a conversa evoluía retirando-se das "cerimônias iniciais" ela ficava cada vez mais desconfortável. Havia algo nele que a estava incomodando. Era como se aquele cara que ela havia namorado durante bons 2 anos, pelo menos para ela, fosse outro e, realmente, era. Faltava algo nele. Aquela luz que ele sempre transmitira havia se apagado. Não havia mais sensibilidade naquela pobre alma. Ela não conseguia mais sentir nada nele além de um frio e uma escuridão que acobertava uma raiva. Parecia que ela estava falando com uma pedra. Sentiu medo. Percebendo o olhar fixo da garota, o rapaz, deu um leve sorriso no canto da boca. Sem entender ela pediu uma explicação.
- Satisfeita?
- Do que está falando?
- Desse olhar fixo de indagação sobre mim percebendo que mudei.
- Ahmm. Não estou o reconhecendo mais, o que houve?
Olhando fixamente nela e deixando transparecer pelo seus olhos o ódio em sua forma mais primitiva, mas, ainda sim, com muita serenidade, ele diz:
- Você.


sábado, 20 de dezembro de 2014

Pegadas


Seguindo minhas próprias pegadas. Novamente aqui estou cometendo os mesmos erros. Em algumas delas quase caio de tão fundas que já estão pelas repetidas vezes que passei. Meu caminho não encontro e cada vez que volto a me seguir volto a me perder. O castelo de areia que construí dentro da minha cabeça se desmancha novamente. Vou demorar até construir outro e se não sei quem sou agora até lá já serei outro.


domingo, 14 de dezembro de 2014

Ar, ar...

    
      Ar, ar. Preciso de ar. Preciso de uma lugar vazio e silencioso para pensar. Aqui onde estou as pessoas não me entendem. Só querem me usar. Quero um bar onde possa beber e fumar. Onde possa organizar minha idéias. Para onde irei e o que farei. Preciso descer desse mundo que anda rápido demais. Preciso sair desse mar que quer me afogar. Quero dar um último suspiro antes de tudo acabar. Ar, Ar. Preciso de ar...


segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Não sei



Eu bem que tento. Consegui mudar. venci as dificuldades, ou parte delas, impostas por mim mesmo. Mas, tornei-me alguém melhor? Não sei. As respostas estão vindo com o tempo. Minha auto-defesa pode machucar os outros. Minhas já não estão claras novamente. Escureci minha mente e fechei meus olhos. E qualquer um que se aproximar encaro como um inimigo. Subi esse penhasco até o ar se tornar rarefeito e quem quiser me alcançar pode estar roubando meu ar. Antes o estranho "ir" do que eu. Agradeço apenas se for a solidão me fazendo companhia. Ela é a única, no momento, que consigo aturar.


terça-feira, 7 de outubro de 2014

Décimo andar.



Há dias em que a solução mais fácil para resolver os problemas parece ser me jogar do décimo andar e me esfacelar feito panqueca no asfalto frio da cidade imunda. Mas isso seria facilitar o jogo para a vadia da vida. Tento não me entregar tão fácil, mas sempre surgem novas complicações ou, como os positivistas falam, novos desafios e esse ciclo repetitivo me enjoa. Tenho curiosidade para saber como seria e o que pensaria naquele momento de queda livre. Sabendo que não haveria mais nada pela frente. Bem, assim como temo os desafios também temo perder a vida. Grande novidade essa, vindo de um covarde como eu. Espero que um dia perca o medo de um desses dois.