terça-feira, 11 de junho de 2013

Megalomaníco


Aquele jovem foi para sacada de seu apartamento no 5º andar. Depois de um dia inteiro de trabalhos e estudos queria relaxar. Puxou um cigarro de sua carteira quase cheia e acendeu-o. Observava daquela altura o quão grande era. Imaginou-se discursando freneticamente para uma multidão infinita como um ditador, um político, um religioso ou um Deus, mesmo não acreditando no útlimo. Os gritos fervorosos de seus seguidores pareciam chegar em seus ouvidos através do vento que soprava. Pensou em como poderia transformar o mundo para melhor. Ele não podia negar sua megalomania. Desde de pequeno foi um grande sonhador. Agora o mais perto que estava era de ser o homem da casa. Seu pai ausentou-se do trono nos últimos tempos para dedicar-se ao álcool. O jovem agora estava mais sendo pai de seu irmão do que o próprio. Terminou o cigarro e foi para seu quarto.

domingo, 9 de junho de 2013

Realidade ou fantasia?


O que é isso? 
Pessoas tratadas como animais
e animais tratados como lixo

Onde vivo?
Numa cidade controlada
onde o que importa é andar com estilo

Por que eu só assisto?
Porque a escola está caindo
e não me deram nenhum livro

Será que eu desisto?
Ser apenas mais um burro
e fazer a alegria dos políticos

Não me chames mais de tolo,
pois é você que corre atrás de dinheiro
feito cachorro atrás de osso

É você que trabalha feito louco
pra pagar a festa da burguesia
imaginando que o país se resume
a futebol, samba e putaria!

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Restos


Feito bicho revirando as migalhas pelo chão, assim me sinto. Um rato escondendo-se em pequenos becos, fugindo do queijo, seu desejo. O covarde que deu as caras no mundo e agora foge da fama ou a admite. O que se passa? Vergonha alheia? Quem dera, tenho o sentimento de um feto recém abortado. Nojo de si, de mim, de algo que possa me definir. Um tesouro que já foi descoberto que perdeu seu valor para os outros. Assim como a mágoa que sinto de vocês, de todos. As lágrimas que saem já nascem secas, mais parecem sal ardendo em velhas gangrenas. Os fortes curam de imediato, mas os fracos, pelo perdão da palavra, só se fodem, com a mão ou com ilusões baratas. Só quero dormir agora. Os pesadelos noturnos parecem mais confortantes do que a realidade que me cerca.